Às
vezes, tudo que uma criança precisa para atravessar uma turbulência na
vida familiar é ser acolhida provisoriamente por outra família. Esta é a
proposta do Serviço Família Acolhedora. Em Conselheiro Lafaiete o
projeto está em fase de implementação.
De acordo com o psicólogo Jeferson de Souza, coordenador da iniciativa, os conflitos mais comuns em que crianças precisam
ser retiradas momentaneamente do convívio familiar estão relacionados
ao tráfico de drogas, prisão de pai, mãe ou responsável ou episódio de
abuso ou violência no ambiente doméstico: “Normalmente, a criança é
retirada e encaminhada a um dos abrigos da cidade até que se resolva a
parte jurídica.
A Família Acolhedora vem para minimizar o impacto que
essas crianças sofreriam; conseguimos uma família que receba esta
criança até que se resolvam os problemas da família de origem”, explicou
o coordenador.
Segundo
Jeferson de Souza, as normas do acolhimento são as mesmas que
vigorariam se a criança estivesse em um abrigo. O tempo máximo de
permanência está limitado a dois anos e o encaminhamento é feito pela
Justiça. A diferença é que a acolhida ocorre em esquema de revezamento
entre as famílias cadastradas e o menor vive períodos de seis meses com
cada uma delas. A intenção é evitar que se estabeleça um apego excessivo
entre acolhidos e acolhedores, o que prejudicaria a reinserção da
criança na família de origem.
Mesmo
fazendo questão de frisar que não se trata de adoção, o coordenador do
Serviço de Famílias Acolhedoras explicou que o cadastramento segue os
mesmos critérios para admissão de pais adotivos. A diferença etária deve
ser de, no mínimo, 16 anos entre acolhedores e adolescentes; a acolhida
pode ser feita por um casal, um homem ou uma mulher individualmente ou
em qualquer tipo de relacionamento afetivo. Algumas condições
primordiais são não ter envolvimento com drogas ou substâncias
entorpecentes ilícitas, ter moradia estável e apresentar certidão
negativa criminal cível, entre outras. Antes que o menor seja
encaminhado é feito um estudo psicossocial da família candidata levando
em conta o perfil da criança escolhida.
As
crianças beneficiadas pelo projeto têm idades que variam de zero a 17
anos. O Serviço Família Acolhedora se destina exclusivamente às crianças
de Conselheiro Lafaiete. Quem quiser se cadastrar no projeto deve se
dirigir à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, localizada à
rua Carijós 123 no período das 7 às 15h.
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3769 2631.
Fonte: Fato Real