A escuta especializada no SUAS (Sistema Único de Assistência Social) é um conjunto de interações com crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência, destinada a coletar informações para o acolhimento e provimento de cuidados de urgência e proteção integral. Ela visa evitar a revitimização, que é definida como discurso ou prática institucional que submeta crianças e adolescentes a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos.
Princípios da Escuta Especializada:
- Acolhida cuidadosa: A escuta deve ser realizada de forma cuidadosa, respeitando a dignidade e o ritmo da criança ou adolescente.
- Não revitimização: Evitar procedimentos que possam causar sofrimento ou estigmatização.
- Privacidade e proteção: Garantir a privacidade e proteção da criança ou adolescente durante a escuta.
- Registro objetivo: Registrar as informações de forma objetiva, sem interpretações ou julgamentos.
Procedimentos da Escuta Especializada:
- Revelação espontânea: Acolher a revelação espontânea de violência, respeitando o desejo da criança ou adolescente de se manifestar.
- Escuta do livre relato: Permitir que a criança ou adolescente relate sua experiência de forma livre e espontânea.
- Informação sobre desdobramentos: Informar a criança ou adolescente sobre os possíveis desdobramentos da revelação.
- Identificação de demandas de cuidados imediatos: Identificar possíveis demandas de cuidados urgentes, como lesões físicas ou violência sexual.
- Relato imediato para a equipe de referência: Acionar a equipe responsável pelo atendimento e acompanhamento socioassistencial.
- Comunicação ao Conselho Tutelar: Comunicar a situação ao Conselho Tutelar, respeitando os fluxos estabelecidos localmente
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