26 maio 2020

Atuação da Secretaria contra a violência doméstica



A cada dois minutos, cinco mulheres são espancadas no Brasil. Em 80% dos casos, o responsável pela agressão é o próprio parceiro (marido, namorado ou ex) com quem convive diariamente, segundo pesquisa Mulheres Brasileiras nos Espaços Público e Privado (FPA/Sesc,2010). Estes dados alarmantes podem aumentar e devem causar mais preocupação durante o período que estamos vivendo, de quarentena, recomendado para conter a pandemia do novo corona vírus. 
"Os fatores de risco de violência doméstica neste isolamento são muitos, mas alguns são bem claros. É a questão de você ter muito mais tempo dentro de casa, uma convivência forçada, o stress econômico que a pandemia e o isolamento tem causado e o próprio medo do vírus", (Maria Carolina Ferracini. Gerente de Projetos da ONU mulheres para prevenção e Eliminação da Violência Contra as Mulheres). 
Esse ambiente de isolamento é importante, é necessário, mas traz riscos reais as mulheres em relação à violência. 
Tem uma coisa muito complexa para a gente pensar que é a questão da restrição financeira nesse momento, isso traz obstáculos grandes para a mulher conseguir sair de uma situação de violência, em especial, as mulheres que tem filho, as mulheres pensam dez vezes em sair de uma relação sem ter para onde ir, ou ficar em segurança com um parente, ou amigo, pensam dez vezes na proteção das crianças. Então, é preciso que essa mulher chame, peça ajuda, peça ajuda a um vizinho, a uma irmã, grite, ligue, porque essa é uma forma também de intimidar o agressor. 
O CREAS atende todos os tipos de violência contra a mulher. As mais frequentes são as físicas e psicológicas. 
As vítimas de violência domestica são mulheres que repetem o ciclo de violência que vivenciaram em relacionamentos anteriores ou na infância. As mulheres precisam de um apoio psicossocial para saírem do ciclo de violência e se sentirem capaz de mudar a sua realidade. 
As mulheres devem ficar atentas aos sinais de um relacionamento abusivo, ciúme excessivo, exigência de mudanças de hábitos, como uso de roupas, um corte de cabelo, agressões verbais, psicológicas, esses fatores são indícios de um possível agressor.

Casos registrados no CREAS
Dados das mulheres vítimas de violência que deram entrada no CREAS nos anos de 2017,2018,2019 e 2020 até o mês de março:
No ano de 2017 foram, 91 casos sendo 71 no primeiro semestre e 20 no segundo semestre. 
No ano de 2018 foram 69 casos sendo 19 no primeiro semestre e 50 no segundo semestre. 
No ano de 2019 foram 54 casos sendo 33 no primeiro semestre e 21 no segundo semestre. 
Em 2020, até março foram 08 casos.
Cabe ressaltar que essas mulheres são encaminhadas de toda a rede CRAS, Delegacia da Mulher, Policlínica, etc. 
Ao chegar no CREAS é realizado o acolhimento pelo profissional de plantão a partir daí ela da entrada ao serviço onde ela recebe orientação jurídica, acompanhamento psicossocial, inserção em grupo para fortalecimento e empoderamento da mesma.

Canais de atendimento 
É importante lembrar que durante o período de isolamento social, o CREAS está em funcionamento de segunda a sexta de 08:00 as 14:00h à rua Barão de Suassuí, 359A, Santa Efigênia - Telefone 3721-1625. A delegacia está registrando Boletim de Ocorrência na Rua Rodrigues Maia,455, de segunda a sexta das 14:00 as 17:00h - Telefone: 3769-1200. 
No momento da violência pode acionar a polícia através do 190. 
O Disque-Denúncia 181, canal de ajuda para denúncias de violência contra a mulher, foi criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central são encaminhados ao Ministério Público. 


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